Todo dia é dia

um homem extremamente nervoso
encontrou no bar um homem muito calmo
simpático, o calmo foi generoso
e cedeu-lhe um lugar ao seu lado

o nervoso contou a sua vida
em detalhes inimagináveis
entre um e outro gole de bebida
o calmo bebeu doses incontáveis

os dois, abraçados, já cantavam
quando surgiu um terceiro no balcão
tentou falar mas eles não se acalmavam
tentou brigar mas veio outra canção

marcos prado , antonio thadeu

wojciechowski e walmor góes

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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