Todo dia é dia

tento dormir porque o sonho – delírio do sono
ainda que notícia de jornal insista nas cortinas
fechadas. mesmo que o amor não resista a tantos
relógios e agendas. ainda que a saudade matasse
o tempo indiscriminadamente. mesmo que o mar não
guarde memória dos rios. ainda que estivesse por um
triz de tristeza. e a chuva não me lembre mais nada.
ainda assim tento dormir, porque o sonho – última
chance na vida de me convencer.

fernando koproski, o livro de sonhos, 1999

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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