Todo dia é dia

Reflexões acerca do violeta

roxo é cor da terra do norte
diz-se roxo de quem é muito corintiano
porque roxo é cor de quem sofre
roxo é cor de fim de ano

é a cor do corpo na morte
roxo é cor de quem está nervoso
é a cor do sangue visto de longe
diz-se da cor do saco de quem nasce homem

é a cor do cu de qualquer um
roxo é um azul distante
um vermelho para quem o viu mais adiante
roxo é cor do néon que inebria

é a cor que anuncia o dia
a que mais apetece
é a cor da manhã
e de quando anoitece


Flávio Jacobsen

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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