Todo dia é dia

Foto de Vera Solda.

Sei que não sou flor que se cheire, há muito tempo.
Minhas capitanias não são hereditárias
E nem é meu o sonho céu das araucárias.
O desejo passou, caiu no esquecimento.

Ficou o gosto amargo, o desapontamento.
De nada adianta buscar a causa, são várias.
Mas não vou te escrever notas catilinárias
ou o inventário do mútuo padecimento.

Deixo pra lá minha crueldade mental.
De que me valeria agora ter razão?
Meu amor é grande demais pro meu tamanho.

Pode ir, vou ficando por aqui! Que tal?
A vida continua e chego à conclusão:
Hoje que me conheço bem me sinto estranho!

Antonio Thadeu Wojciechowski

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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