Meu amigo, o poeta Batista de Pilar
Meu amigo, o poeta Batista de Pilar,
entra no bar como quem sai de casa,
como quem está prestes a assobiar
a última canção.
— Pare com a cachaça,
Batista! eu digo, ao lhe passar o copo,
e apenas um olhar dele me arrasa
e se for pra beber todas logo eu topo.
E então bebemos toda a madrugada
e declamamos todos os poemas, sem
pestanejar.
— Batista, não devemos nada,
eu digo, não devemos nada a ninguém!
E ao ver a minha frase assim, errada,
Batista sai do bar só com uma ponta
de alegria,
e eu fico pra pagar a conta.