Todo dia é dia

Eu quero aparecer na tevê
eu quero me mostrar pra você
na tevê
esta caixinha iluminada
me domina me fascina me atrai
como uma mosca no mel
me focalize eu me transformo
canto danço choro rio digo coisas
dou palpites tenho charme
fico bobo viro astro ou estrela
estou pertinho do céu
eu quero sim
eu quero aparecer na tevê
eu quero me mostrar pra você
é tudo que desejo pra mim
o mundo todo me inveja
minha alma se derrete
o meu coração dispara
e o corpo amolece
quando acende a luzinha
e logo liga o microfone
o spot me aquece
e minha cara aparece
— ah! — na tevê
eu quero aparecer na tevê
eu quero sim
quero me mostrar pra você
jogue logo em cima de mim
esse pó de pirlimplim-plim

Rui Werneck de Capistrano é autor de
Nem bobo nem nada,
romancélere de 150 capítulos.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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