tento dormir porque o sonho – delírio do sono
ainda que notícia de jornal insista nas cortinas
fechadas. mesmo que o amor não resista a tantos
relógios e agendas. ainda que a saudade matasse
o tempo indiscriminadamente. mesmo que o mar não
guarde memória dos rios. ainda que estivesse por um
triz de tristeza. e a chuva não me lembre mais nada.
ainda assim tento dormir, porque o sonho – última
chance na vida de me convencer.
fernando koproski, o livro de sonhos, 1999