Deus relógio

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deus relógio

amigo Solda, escalei o inescalável,
até sentir as nuvens a todo vapor
e poder ver minha cara caída no chão
a poesia, você sabe, é inexplicável.
quando ela vem, vem pronta, sem tirar nem por
e onde ela quis chegar eu fui, mas foi em vão

prazeres, medos, sonhos, tropecei no nada
e quando vi minha imagem no alto do altar
vi Deus imóvel, ajoelhado, ao meu lado

um bom poeta chega ao fim da jornada
e cuida que enfim vai começar a andar
por mim, por você, por onde temos andado

mas as horas não prestam contas, vão embora
sem licença, tirando nosso corpo fora

antonio thadeu wojciechowski

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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