Todo dia é dia de poeta

NO HOSPITAL

À Théa

Na vasta enfermaria ela repoisa

Tão branca como a orla do lençol.
Gorjeia a sua voz ternos queixumes,
Como no bosque à noite o rouxinol.

É delicada e triste. O seu corpito
Tem o perfume casto da verbena.
Não são mais brancas as magnólias brancas
Que a sua boca tão branca e tão pequena.

Oiço dizer: Seu rosto faz sonhar!

Serão pétalas de rosa ou de luar?
Talvez a neve que chorou o Inverno…

Mas vendo-a assim tão branca, penso eu:

É um astro cansado, que do céu
Veio repoisar nas trevas dum inferno!

Florbela Espanca

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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