Todo Dia É Dia De Poeta.

“Era uma Abelhinha tão belinha
que pediu a Deus o que não tinha:
– Quero uma flor e uma amiguinha!
– Quero uma rosa e uma borboletinha!

Deus – que não era nenhum Papai Noel,
que realiza sonhos e desejos a granel –
Deus, que sabe de onde vem o mel,
deu para a Abelinha… espaço no céu.

Acostumada a voar com o pensamento
a Abelhinha se deixou levar pelo vento
aproveitando aquele doce momento:
– Se a felicidade não existe eu invento!

Deus gostou do que ouviu e fez um teste.
– No cacto e na lagarta a cor se manifeste,
entre espinhos a delicadeza mais rupeste
e a flor voe até a mais alta folha do

cipreste!

Chamou a Abelhinha e deu o seu presente.
Que vendo a lagarta e o cacto tão contentes
sentiu pela primeira vez uma felicidade latente:
– O amor que a gente sente é amor diferente!

“Quem ama o feio leva cada susto” disse Millôr.
A abellhinha gostar da lagarta e do cacto não é pior
do que fazer do gato sapato ou

espinho na flor?
– Na lagarta ou no cacto o que nasceu foi o amor.”

Retamozzo, El Retta
(Para Isabela Lage, musa mineira)

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
Esta entrada foi publicada em Geral, Sem categoria. Adicione o link permanente aos seus favoritos.
Compartilhe Facebook Twitter

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.