morte artificial
ninguém mais morre de fato
a morte perdeu seu antigo status
a vida ocupou todo espaço
assim como no deserto os cactus
foi-se pra sempre a figura negra da morte
decretamos nossa eternidade à revelia
doações de órgãos de toda sorte:
um olho pra fulano, outro pra beltrano, alegria
pra sicrano e o coração pra qualquer uma
a vida ocupou todo espaço
assim como no deserto os cactus
foi-se pra sempre a figura negra da morte
decretamos nossa eternidade à revelia
doações de órgãos de toda sorte:
um olho pra fulano, outro pra beltrano, alegria
pra sicrano e o coração pra qualquer uma
aos pedaços, algum incauto há de dizer:
isso é vida? uma duna que se avoluma?
só sei que isso foi tudo que pude morrer!Thadeu Wojciechowski/Sérgio Viralobos