Tradição e solidariedade

Curiosamente há tanta coisa boa por aqui, um lugar de amadores. Eu me lembro de cada uma destas imagens, a emoção que sentíamos ao contemplá-las, a difícil tarefa de classificar e premiar algumas, quando todas mereciam um lugar especial e único, como já acontecera em nossos corações de profissionais, felizmente não empedernidos.

Eu não quero perder nunca a capacidade de me deslumbrar com a sinceridade absoluta da obra de arte feita por artistas, famosos ou anônimos, não importa, que têm na expressão a sua ponte existencial. A manifestação de artistas que conservam o caráter sagrado da linguagem e recuperam o significado simbólico da forma. A arte pode ser a própria vida e pode ser maior do que ela quando, por seu intermédio, nós podemos entender melhor a existência. É o caso presente, no qual artistas criaram essas imagens com a suprema esperança de que nós possamos compreendê-los e de que eles mesmos possam perceber mais completamente a si mesmos. A arte como uma ponte entre os seres e como fator integrativo. Não há melhor definição para a arte do que essa: comunicação entre as pessoas e agente unificador do homem consigo mesmo e com o universo.

É um grande orgulho ter estado desde o inicio, acompanhar o aprimoramento, o empenho, o desejo de fazer mais, a vontade de perceber e ajudar o outro. Talvez, neste processo, tenhamos nos tornado um pouco melhores e ajudado a nós mesmos. No terceiro ano desse projeto social, já podemos falar numa tradição e no movimento crescente da solidariedade, a única marca possível do futuro e da sobrevivência da humanidade. Jabob Klintowitz, Curador.

Comissão julgadora de artes plásticas: Aldemir Martins, Claudio Tozzi, Jacob Klintowitz e Sérgio Longo; Comissão julgadora de poesia: Arnaldo Antunes, Eliana Curatolo, Leda Beatriz Abreu Spinardi (Ledusha), Marcia Rizzini e Vicente Adorno; projeto gráfico: Dupla Ação Publicidade e Promoções; projeto de capa: Fabio Imhoff; edição de arte: Rafael Murió. Patrocínio Cultural: Janssen-Cilag. 1ª edição, abril de 2001, tiragem de 5.000 exemplares. Faço parte deste livro. Com muito orgulho.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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