Paulo Okamoto declara à imprensa que Lula cogitou comprar o sítio de Atibaia. Okamoto fala com autoridade: é presidente do Instituto Lula e auxiliar do ex-presidente há décadas. Quando leio ‘cogitou comprar o sítio’ acende-me uma luz: isso é trama de japoneses, Okamoto deve ter consultado o doutor Renato Kanayama, de Curitiba. Explico. A defesa de Lula insistiu até a exaustão que o sítio não era de Lula, que Lula sequer o conhecia, nunca tinha estado lá.
Cansei de ouvir, até cansar, o doutor Kanayama criticar a estratégia: “Era tão simples, bastava dizer que Lula pensou em comprar o sítio e o triplex, até foi visitar, mas desistiu”. O doutor fazia aquela pausa de advogado na tribuna, olhar para o ponto fora da curva, e continuava, “cansei de fazer isso nos meus casos de funcionários públicos. Sempre deu certo”. Esse “deu certo” fica por conta do exibicionismo de advogado. Na conta certa só 99% dos casos deram certo.