Renato Quege acredita que a live vai viabilizar uma conversa agradabilíssima. “Conto com a ajuda do colega para vencer a (minha) timidez”, comenta o curitibano de 60 anos, que se define como um ex-músico que escreve, autor de 3 narrativas – Las Castas (2021), a mais recente, teve lançamento virtual no sábado passado, 6 de novembro.
Já o poeta e prosador Ayrton Baptista Junior, jornalista que atua desde 2011 na CBN Curitiba, diz ter o fascínio de encontrar nos autores algo além da capa, por exemplo, um fato pitoresco, considerado menor, mas que tenha forte relevância no escritor.
“Como falo a respeito do poeta e diplomata Wellington Bujokas, meu amigo: ele conhece João Cabral de Melo Neto, Lewis Carroll e a Turma da Mônica. Digo que a precisão de seus versos vem do fato de ele acompanhar treino de Fórmula 1. Então, vou tentar encontrar algo assim durante o papo com o Renato Quege”, afirma o curitibano de 52 anos, jornalista, como ele mesmo explica, não formado em Jornalismo. “Completei apenas o segundo grau. Tentei vestibular de Jornalismo, mas não fui aprovado. Eu não era bom aluno”, acrescenta.
Percursos peculiares
Ayrton Baptista Junior diz ler desde os 6 anos. “Sou filho de jornalistas, então, nunca faltou jornal em casa”, comenta. O jornalista lembra que, ainda nos primeiros anos do ensino fundamental, as professoras diziam que ele escrevia bem. “No entanto, travei durante quinze anos, acreditando que não seria capaz de escrever mais nada e perdi muito tempo”, lamenta.
Renato Quege já tocou em bandas curitibanas. Na Contrabanda, de 1982 a 1983, foi baixista e guitarrista. Em 1984, assumiu as baquetas na Estação no Inferno. Já no Ídolos de Matinée, em 1985, fez vocal e empunhou guitarra – no Beijo AA Força atuou como baixista de 1983 a 2003. E, como costuma repetir, abandonou completamente a carreira musical para se dedicar à literatura.
Ayrton Baptista Junior conta que, aos 30 anos (há duas décadas), publicou literatura no Jornal do Estado e no Rascunho. “Eram contos e poemas livres”. No Jornal do Estado, entre 1998 e 1999, também escreveu a previsão do tempo, misturando dados técnicos do Simepar com poesia. “A fórmula surgiu por acaso”. Desde 2010 publica poemas no Facebook, e mais recentemente divulga os seus textos poéticos no Instagram. “Como há cada vez mais intolerância em relação às tiradas políticas, me refugiei na poesia”.
Renato Quege confessa que há muitos anos desejava escrever longas narrativas. “A ideia para o Reynaldo (o primeiro livro) apareceu enquanto eu lia Fogo Pálido, do Nabokov, e Crônica de um amor morto, do Fernando Koproski. Depois, surgiu a sequência, naturalmente”, explica Quege que, além do citado livro Reynaldo (2019), posteriormente publicou as narrativas AmadeO (2020) e Las Castas (2021).
Nosso Paraná
Idealizado por Guido Viaro e Marcio Renato dos Santos, “Às vezes, aos domingos” surgiu com a finalidade de criar palco virtual para escritoras e escritores paranaenses durante a pandemia – a primeira edição aconteceu em julho de 2020.
Desde então, dezenas de autoras e autores paranaenses, de todas as regiões do Estado, já participaram do projeto on-line mensal, entre os quais Oscar Nakasato, Daiana Pasquim, Paulo Venturelli, Eliege Pepler, Antonio Cescatto, Salma Ferraz, Marco Aurélio de Souza, Luísa Cristina dos Santos Fontes, Otto Leopoldo Winck, Jaqueline Conte, Roberto Prado, Joema Carvalho, Carlos Machado, Francine Cruz, Roberto Nicolato, Maureen Miranda, Alexandre Gaioto, Jô Bibas, Andrey Luna Giron e Priscila Prado.
Soma de Ideias, Coalhada Artesanal Preciosa e Tulipas Negras apoiam a iniciativa cultural. Mais informações em tulipasnegrasblogspot.com