Dia 11, um basta à barbárie: a voz do Brasil democrático ecoará nas ruas

Quando ingressei como estudante na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, no fim dos anos 1970, ainda ecoava pelos corredores a mensagem poderosa do professor Goffredo da Silva Telles Jr. Ele tinha sido o porta-voz de uma geração que disse “basta” à ditadura militar.

No dia 8 de agosto de 1977, sob as arcadas do histórico prédio no centro de São Paulo, Goffredo leu o documento que ficou conhecido como “Carta aos Brasileiros”. Era um grito de desabafo, num país sufocado pela censura, pela desigualdade social, pela tortura, pela ditadura iniciada em 1964.

Um país que vira os assassinatos do jornalista Vladimir Herzog (1975) e do operário Manoel Fiel Filho (1976) como atos da barbárie que precisava ser interrompida. “Estado de Direito Já” era o mote da Carta lida pelo veterano professor.

Nos anos seguintes, veio a Anistia e a abertura se consolidou. Minha geração atendeu aos apelos de Goffredo: lutamos pelas Diretas-Já, conquistamos a Constituição cidadã de 1988 e partimos para tantos avanços ao longo de três décadas de Democracia no Brasil.

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Lula é oitavo candidato ao Planalto a assinar carta da USP em defesa da democracia

O ex-presidente Lula e a mulher dele, a socióloga Rosangela da Silva, a Janja, assinaram a Carta às Brasileiras e aos Brasileiros, formulada pela Faculdade de Direito da USP em defesa da democracia e do resultado das eleições.

A carta, revelada pela CNN no dia 20 de julho, foi organizado por alunos, professores e a diretoria da instituição. Ele será lida na quinta-feira (11) na faculdade de direito da USP no Largo São Francisco, centro de São Paulo.

O documento diz que “ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”.

Também afirma que “ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira”, que “são intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional”.

Paulo Teixeira

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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