Fiz dezenas de reportagens sobre Nuzman e seu modus operandi na última década. Sempre com minhas próprias apurações. Nesse ano teve essa breve história: general Heleno passou anos ao lado dele e nunca viu nada. Mais ou menos como é com o Centrão agora.
R$ 58.581,00. Por extenso: cinquenta e oito mil, quinhentos e oitenta e um reais.
Era o salário do general Heleno no Comitê Olímpico Brasileiro (COB) em outubro de 2017, mês de seu último contracheque. Corrigidos, são nada modestos atuais R$ 86.791,03 (IGP-M). A maior parte vinda de dinheiro público.
O nome do cargo era pomposo: “diretor de comunicação e educação corporativa do COB”.
No entanto, os relatos colhidos pela reportagem sobre sua verdadeira atuação e função no comitê onde estava tão próximo a Carlos Arthur Nuzman, que depois viria a ser preso por escândalos na Rio 2016, não condizem em nada com a solenidade do título e estão em total desencontro com o protagonismo que o cargo traduz.
“Nos 6 anos que ficou lá, não fez absolutamente nada”, lembra funcionário que estava muito próximo e acompanhou de perto a atuação do general e que prefere não se identificar, assim como outros escutados pela reportagem. Que são unânimes e coincidentes no que contam sobre o general e sua missão no COB: uma verdadeira Batalha de Itararé.
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Nuzman é condenado como ‘cabeça’ de esquema criminoso para país ter Rio-16.
Durante dois anos e doze dias, Carlos Arthur Nuzman esperou. As alegações finais de sua defesa foram apresentadas em novembro de 2019 e, desde então, tudo que ele podia fazer era aguardar a sentença do juiz federal Marcelo Bretas, que ficou famoso por julgar os processos da Lava Jato no Rio. Recentemente, seus advogados já haviam solicitado ao magistrado urgência no processo, aberto em 2017.
Ontem (25) no fim da tarde, o doloroso veredito: o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) foi condenado a 30 anos e 11 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Longe dos holofotes aos 79 anos, o veterano dirigente não vai para trás das grades por enquanto, uma vez que a sentença é de primeiro grau, mas, na melhor das hipóteses (caso ela seja revista em segundo grau), vai adiar consideravelmente seu retorno à vida pública e ao esporte. Já são quatro anos de afastamento daquele que foi o mais influente dirigente esportivo do país.