Não houve quem segurasse! Com a ajuda infame dos nossos partidos de esquerda, nosso vizinho rico, a Venezuela, transformou-se num tumor sem tempo para supurar. Que me desculpem os pacifistas, mas acho que a crise que o bolivarianismo produziu na Venezuela só poderá ser abreviada por uma intervenção nos moldes desta última, para combater o uso de armas químicas pelo regime sírio…
O que o bolivarianista Nicolás Maduro faz hoje com a população de 32 milhões de habitantes do país chega a ser tão perverso quanto as bombas químicas que o infame Bashar al-Assad insiste em lançar sobre comunidades inteiras.
Bashar al-Assad não se importa nenhum pouco que suas armas químicas desabem sobre crianças e mulheres, assim como Maduro não se importa que milhares de crianças ou pessoas atacadas por doenças degenerativas morram também por falta de comida, de tratamento e de remédios….
Se existe um Deus, ele certamente se esqueceu da Venezuela!
OPOSIÇÃO FORTE E DESTEMIDA
Não é falta de oposição; ao contrário, opositores venezuelanos têm combatido o bom combate….La Tumba, o presídio subterrâneo na malha urbana de Caracas, está há vários anos lotado de presos políticos, muitos dos quais são meninos de 18 a 21 anos cujo crime foi sair às ruas para protestar contra o regime!
Pode-se dizer hoje, com segurança, que a imensa maioria da população está contra o regime, fora todas aquelas pessoas que bateram em retirada para formar um dos maiores êxodos mundiais (há informações de que mais de um milhao de pessoas deixaram o país nos últimos três anos).
Antes de ser um narcotraficante, Nicolás Maduro é também um grande manipulador: ainda na semana passada, quis vender ao mundo a ideia de que ganhou mais uma “eleição legítima”.
A farsa é das coisas mais flagrantes e insustentáveis do mundo: existem 20,5 milhões de eleitores inscritos para votar mas esse pleito do dia 20-05 teve a participação de apenas 32,3 %; do minúsculo número de votantes, num pleito que foi boicotado por todos partidos de oposição, que em nenhum momento se acharam representados pelo candidato Henri Falcón, Nicolás Maduro recebeu 68% dos votos. Henri Falcón obteve 21% dos votos.
Além disso, há também a fraude proporcionada pelo mesmo instrumento que o país vendeu ao Brasil: as urnas eletrônicas que o nosso TSE comprou da venezuelana Startmatic.
PIOR QUE UMA DITADURA
Profunda conhecedora dos problemas de seu país, a venezuelana Manola de Rubeis, advogada, exilada e dirigente da Ong Speak Out, em Londres, declarou em recente entrevista ao jornalista Enio Mainardi, que o governo de Nicolás Maduro está transformado hoje em algo pior que uma ditadura: “A ditadura pressupõe alguma ordem…aquilo lá é uma anarquia, uma desordem”.
A anarquia, eu digo, tem um fio condutor com alguma inteligência agregada. Não vai ser fácil apeá-lo do poder.
Ele enfrenta com argúcia as sanções de Donald Trump. Já atenuou sua dependência ao dólar: criou o Petro, uma criptomoeda lastreada em petróleo.
Neste momento, os Estados Unidos caminham com uma certa cautela em relação à Venezuela: se parar de comprar, como ameaça, o petróleo venezuelano, será substituído, automaticamente, pela China; ou pela Rússia…não será por acaso que os dois países foram os primeiros, entre as grandes potências, a reconhecer, por mais seis anos, o governo “legítimo” de Maduro…
Os EUA sempre tiveram boas vantagens na compra do petróleo venezuelano. Serão capazes de repassar essas vantagens a terceiros poderosos?
DINHEIRO DO NARCOTRÁFICO
Para se manter no poder, Maduro conta ainda com o dinheiro do narcotráfico. Simon Bolívar deve tremer na cova ao enxergar sua terra natal, inclusive as forças armadas, envolvida no narcotráfico até os dentes…
Não, não é contra-informação disparada pelo Imperialismo Ianque. As denúncias têm se repetido exaustivamente nos últimos quatro anos desde que um oficial da Marinha Venezuelana, ex-guarda-costas de Hugo Chavez, Leamsy Salazar Villafanã, fugiu para os Estados Unidos e passou a colaborar com a DEA, a agência de combate às drogas americana.
Villafanã iluminou boa parte das sombrias operações dos governos bolivarianos latinos; mostrou a aproximação de Hugo Chavez, Maduro e o boliviano Evo Morales com as Farc colombianas, escrachando o envolvimento de todos com o narcotráfico.
Salazar Villafanã denunciou também o envolvimento de membros da administração das Forças Armadas venezuelanas com o cartel do narcotráfico Los Soles. Formado por militares que apoiam o governo de Maduro, o cartel Los Soles garante o transporte da droga pelo Atlântico, até o desembarque nos EUA.
A delação de Salazar Villafanã permitiu também ao FBI incluir em sua lista de “mais procurados” o diplomata Ghazi Nasr al-Din, libanês de nascimento e naturalizado venezuelano. Ele é acusado de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro para financiar o Hezbollah, grupo considerado terrorista pelas autoridades americanas. Ghazi vive hoje tranquilamente na província venezuelana de Aragua sob proteção das autoridades locais.