A UDN fazia barulho, mas quem controlava o poderes eram os partidos antagônicos, Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e Partido Social Democrático (PSD), os dois com criação induzida por Getúlio Vargas para eleger-se no retorno ao poder nos anos 1950. Os adversários pegaram no ponto nevrálgico da UDN: seus bacharéis discursadores e palavrosos, aos quais deu o apelido fatal: DC-3. O DC-3 era o avião de passageiros na época, adaptado de modelo desenvolvido nos EUA durante a II Guerra Mundial, utilizado em rotas menores nos EUA. O avião, logo que chegou no Brasil, teve suas duas características identificadas pelos brasileiros: “ronca muito e voa baixo”, que grudaram como o apelido desabonador dos udenistas, que muito falavam e nada faziam. O bolsonarismo é um udenismo sem leituras, mas com igual ódio e espírito golpista. A César o que foi de César: os udenistas sabiam pensar e escrever.
Joice Hasselmann, a pontagrossense que se redescobriu linda depois de se arrepender de ser bolsonarista, entrou em fase de autoestima; perdeu 22 quilos e entrou numa espécie de only fans light para homens velhos, sonhadores, cansados e saudosos da virilidade perdida. Há tempo vem divulgando fotos em biquíni, em colants de ginástica – e que nosso coração seja forte quando avançar no erotismo. Joyce volta às redes com críticas ao prato em que comeu. Mas presta serviço cívico, como ontem com as fotos de Micheque na loja Prada, em Orlando. Deslumbrante, sedutora, afiada como no tempo em que dividia bancada com Augusto Nunes, Joyce acrescenta a bulímia à vaidade e celebra sua beleza: “Estou um avião”. Udenista pós datada, sem a “mais mínima sombra de dúvida” (expressão ao gosto de Roberto Requião) Joyce é um avião, um DC-3: ronca muito e voa baixo.