É o nosso, claro. País em que um grupelho de adolescentes – sem bandeira, sem liderança e sem a menor noção do que está fazendo – toma de assalto primeiro a vetusta Universidade Federal do Paraná, depois a sede central da Faculdade Tecnológica da UFPR, e fica por isso mesmo, não merece respeito. Em qualquer país civilizado, com governo com um mínimo de autoridade, esse bando de arruaceiros seria retirado dos recintos ocupados em meia hora, a golpe de vara de marmelo na bunda.
No incidente na UTFPR, a única reação ficou por conta de outro grupo de estudantes – este, vejam só!, preocupado em estudar – que se posicionou contra a ocupação e encurralou os invasores no auditório da escola. No entanto, uma intervenção de professores, evitou o confronto. Com isso, os alunos perderam aulas, deixaram de fazer provas, os exames vestibulares foram adiados e até um congresso internacional de engenharia elétrica, previsto para ser realizado ali no domingo 20, teve de ser remarcado para outro local.
Houve uma decisão judicial determinando a imediata reintegração de posse do campus, mas os invasores nem tomaram conhecimento dela. E ninguém foi capaz de esfregar-lhes no nariz a ordem da juíza federal Danielle Perini Artifon, reiterada pelo juiz Friedmann Anderson Wendpap, da 1ª Vara da Justiça Federal. Houve, também, a explosão de uma bomba junina. Esta sim foi capaz de ferir a professora Denise Maria Maia, da UFPR. Não se apresentou o autor do lançamento. Aí, entrou em cena o pró-reitor Sandroney Fochesatto. Surpreendentemente, apenas para anunciar que a UTFPR “não ia tomar partido de nenhum dos dois lados”, pois queria apenas “garantir a integridade das instalações”.
Diante disso, os estudantes contrários à invasão começaram a deixar o prédio. Já os invasores permaneceram lá dentro e sentiram-se à vontade para bradar: “Ocupar! Resistir!”.
Dias depois, veio à luz o reitor Zaki Akel Sobrinho, mas tão somente para anunciar que “os alunos se recusam a dialogar e não participaram de nenhum dos debates realizados”. Onde se lê “alunos”, leia-se invasores baderneiros. E a graduada autoridade arrematou o discurso garantindo que “não gostaria de chegar ao uso da força policial” (!).
É o resultado da guerra anunciada por Lula após o impichamento de Dilma e da morte do PT. Em escolas superiores, ainda aparelhadas pelo petismo, professores e diretores amestrados dissimuladamente apoiam a ocupação de salas de aula. Invasores mascarados, sem pauta definida de reivindicações, visam, na verdade, a simples e pura baderna. E a sociedade se torna refém deles. Chegaram a dizer-se inconformados com a PEC da mudança do ensino médio, mesmo sem saber o que seria mudado. Nem mesmo o que é uma PEC eles sabem. Depois, na falta de argumentos, voltaram ao velho chavão lulo-petista-dilmista, adaptável a qualquer situação: “Fora Temer!”. E o sr. reitor, parcimonioso, não quer chegar ao extremo de recorrer à força policial!… É de rir, se não fosse de chorar (de raiva).
A coisa está de tal forma que, dias atrás, um outro grupo de imbecis invadiu o Congresso Nacional, tomou a mesa diretora da Câmara dos Deputados e exigiu a volta dos militares ao governo federal…
Mexa-se, ó Michel! Pare de agir como imperador da Áustria e assuma de vez o governo do Brasil, este país à beira do caos administrativo. Se não tiver varas de marmelo, use chinelos. Mas, preliminarmente, cuide de livrar-se desses meliantes que, aí do seu lado, ocupam o primeiro escalão do seu (des)governo, antes que eles o derrubem do trono.
Há momentos na vida em que mesmo os fracos têm de ter coragem. Aliás, segundo um velhinho inglês chamado Winston Churchill, “a coragem é a primeira das qualidades humanas porque é a que garante as demais”. Célio Heitor Guimarães