Um passo à frente, um atrás

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LIBEROU GERAL

O Superior Tribunal de Justiça firma jurisprudência sobre o desacato a autoridade: xingar o funcionário prepotente, o deputado corrupto, o senador estelionatário, o presidente ladrão, o governador prevaricador, o prefeito mentiroso e o vereador pulha não é crime.

Ainda tem processo para quem escracha a sacrossanta honra do tipo de autoridade que temos no Brasil, gente atacável e desacatável, desde o presidente da República ao amanuense do protocolo – respeitadas, porque merecem respeito, as tão raras quanto excepcionalíssimas e, no contexto, irrelevantíssimas exceções.

DÁ VONTADE

No processo de Lula o juiz Sérgio Moro tem mostrado lucidez e paciência ao não cair nas provocações dos advogados do Messias do ABC. O máximo que faz é gritar com eles, que gritam com o juiz. O Baltazar Garzón de Maringá estava no ensino fundamental quando atuavam no foro do Paraná meritíssimos que, testados como nosso Moro, saíam no braço. Moro não pode nem prender os advogados petulantes, pois é exato isso que eles querem: desfrutar a condição de vítimas, como Lula, Marisa et lulerva.

VÃO-SE OS YUNÉIS, FICAM OS DEDOS

Passou meio batido, um dia no noticiário, ¼ de página de jornal. A demissão de José Yunes, amigo de longa data de Michel Temer, seu conselheiro informal na vida e assessor formal no Planalto. Um delator de alto coturno informou a entrega de R$ 13 mi no escritório de Yunes quando Temer era vice-presidente da República e presidente do PMDB. Contribuição de campanha, caixa dois.

Yunes não ocupava cargo na nomenclatura do partido. Ocupava cargo cativo no coração de Temer. Tão rápido quanto delatado, Yunes demitiu-se do cargo no Planalto. Temer não o manteve, como faz com Eliseu Padilha e Moreira Franco. Vão-se os yunéis, ficam os dedos. Como se diz em São João do Triunfo, ‘a bom entendedor meia palavra bos…’.

CHAME O CAUDILHO

Como diria o titular do blog, “chamem o senador Requião”. Só ele, mais ninguém, pode salvar a Venezuela. Para reeditar seus programas de sucesso como governador – o leite das crianças, o porto fraterno, o trator solidário, enfiem as faixas no rabo, meu reininho por um sobrinho, el guardión, não dou remédio para vagabundo. A salvação está no caudilho do Bigorrilho.

A televisão francesa apresentou na semana documentário do drama social na república bolivariana: filas extensas para o abastecimento básico nos mercados racionados; a inflação galopante, estilo Alemanha de Weimar, quando o dinheiro se desvaloriza em horas, em minutos, exigindo reimpressão da moeda para debulhar os zeros.

Agora, o começo do pior. As famílias entregam filhos em adoção porque não têm como sustentá-los (reportagem do uol.com.br de ontem). Por ora existem na Venezuela famílias que conseguem adotar e sustentar filhos. Rogério Distéfano

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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