Um precedente para Dallagnol

Deltan Dallagnol continua em demanda de seu mandato. Já fez três comícios, sempre em Curitiba (?pré campanha para prefeito?), o último na frente do MPF, voltando ao lugar dos supostos desvios – supostos, note bem – que levaram à sua cassação. Se não for na justiça, será na corregedoria dos deputados, seu último refúgio. Diz que conseguirá, “pois já se fez antes”, palavras suas. Verdade, é a jurisprudência do precedente, que surge e ressurge para limpar a barra de políticos. Mas há precedente para o que levou à cassação de Dallagnol?

Nosso ex-deputado tem razão, em tese. O Congresso é uma casa de tolerância, na definição de Carlos Lacerda, um de seus expoentes. Lá se tolera tudo, de ladrões a homicidas, inclusive o deputado-coronel PM que comandava o esquadrão da morte que executava com serra elétrica. Mas Dallagnol é ave de outra plumagem, que cometeu o crime hediondo para os políticos: processá-los, prendê-los e ousar fazer parte de sua casa, a casa onde agora busca a tolerância para expiar o pecado de punir seus pares.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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