Paulo Guedes falou neste domingo sobre a decisão de Jair Bolsonaro de mandar a Petrobras suspender a alta de diesel nas refinarias. O ministro da Economia, que ainda está em Washington, disse que “é evidente que aparentemente já houve um efeito ruim”.
Bem, “aparentemente” a Petrobras teve de imediato uma perda de 32 bilhões, além da intervenção do presidente ter quebrado a imagem de independência da empresa, estabelecida — vejam só — por Michel Temer, que havia eliminado a má-fama deixada pela ingerência no governo de Dilma Rousseff. E também “aparentemente” ficou claríssima a dificuldade de tocar um programa de ajuste nas contas, com Bolsonaro com o poder de dar a última palavra.
Mas achei bem significativa a explicação de Guedes sobre a utilidade de um episódio como este para afinar o relacionamento entre os dois. O ministro disse que é possível “consertar” se Bolsonaro “fizer alguma coisa que não seja muito razoável”.
Mas é mesmo sui generis este governo. Não me lembro de nenhuma vez ter visto um ministro falando desse jeito de um presidente, como estivesse se referindo a um adolescente não muito bom da cabeça. Acho até que isso é inédito mundialmente. Mas é bastante parecido com a opinião de boa parte dos brasileiros sobre esse sujeito que caiu na Presidência da República de uma forma inesperada até para ele.