Uma quarentona supimpa: Mafalda sopra hoje 49 velinhas

Mafalda, a inconformista menina-filósofa com senso de humor ferino, que analisa a conjuntura mundial e é apaixonada pelos Beatles (e odeia a sopa que sua mãe prepara) é o cartum argentino mais famoso em todo o planeta. “Que lo cumplas feliz (Parabens pra você), Mafalda!” (ou, como ela disse em uma tirinha, Jápi bársdei tuyú!”) Hoje, 15 de março, Mafalda, teoricamente, faz aniversário. Ela está assoprando 49 velinhas. Mas, esta afirmação não é categórica, já que segundo seu “pai” (não o dos quadrinhos, mas sim, seu autor), Joaquín Lavado (famoso mundialmente por seu apelido familiar/nome artístico Quino), Mafalda possui dois aniversários.
Na Buenos Aires de tinta nanquim ela nasceu “oficialmente” no dia 15 de março de 1962. Nessa data ela foi criada para uma propaganda de um eletrodoméstico da empresa Mansfield. Mas, para os portenhos deste nosso mundo de carne e osso, sua estreia para o público foi o 29 de setembro de 1964, quando virou tirinha no jornal “El Mundo” (periódico que não existe mais). Nessa ocasião, no entanto, Mafalda não “nasceu” com zero anos…ela tinha “6 anos”!
Portanto, hoje Mafalda teria 49 anos. Ou 46 (47 a partir do dia 29 de setembro deste ano), se levarmos em conta sua estreia oficial para o público. Ou 52 anos, se levarmos em conta que, quando apareceu para os leitores (os das tirinhas, não os da publicidade) pela primeira vez tinha uma idade “quadrinhística” de seis anos de idade (ia na escola).
Mafalda foi publicada somente entre 1964 e 1973. No entanto, a tirinha continua sendo um boom de vendas em inúmeras reedições na Argentina e no resto do mundo. Depois de Mafalda, Quino continuou tendo amplo sucesso com outras charges e tiras. Desde os anos 70 o desenhista reside na Europa. Charles M. Schultz (1922-2000), o criador do personagem Snoopy, da tirinha Charlie Brown, costumava definir Quino como “um gigante”. E, para celebrar este aniversário, aqui seguem uma série de frases desta emblemática menina-filósofa, que tornou-se ícone da rebeldia e foi/é adorada por milhões de leitores em todo o mundo.
Aliás, entre estes, além de Umberto Eco (fascinado por Mafalda, escreveu um ensaio sobre a menina) estavam o autor de “O jogo da amarelinha”, o escritor Júlio Cortázar (que lia sempre suas tirinhas). Cortázar disse sobre ela em 1973: “O que é que eu penso da Mafalda? Isso não importa! O importante é o que é que a Mafalda pensa de mim!”.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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