Veja-se!

Diretor francês zomba de prêmio nos EUA e diz que “inventa língua estrangeira” para fazer filmes. Premiado por “Holy Motors” com o troféu de melhor filme em língua estrangeira pela Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles, o diretor francês Leos Carax não compareceu à cerimônia de entrega, no sábado (12) à noite.

Prevenido, Carax mandou uma mensagem de agradecimento por escrito, considerado pelos anfitriões e pelos veículos que cobrem a indústria norte-americana de cinema “excêntrico e surreal, como o filme que dirigiu”.

Ao ler a mensagem, no entanto, fica claro que Carax deu um tapa sem luva de pelica na hegemônica indústria e nas incontáveis associações e sindicatos que lhe dão sustentação. Veja a íntegra da mensagem:

“Olá, eu sou Leos Carax, diretor de filmes em língua estrangeira. Faço filmes em língua estrangeira a minha vida inteira. Filmes em língua estrangeira são feitos em todo o mundo, claro, com exceção dos Estados Unidos. Nos EUA, fazem apenas filmes de língua não-estrangeira. Filmes em língua estrangeira são muito difíceis de fazer, obviamente, porque é preciso inventar uma língua estrangeira ao invés de usar a linguagem costumeira. Mas a verdade é que o cinema é uma língua estrangeira, uma língua criada para quem precisa viajar para o ou tro lado da vida. Boa noite.”

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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