Velhinho sensual

Foto sem crédito.

Como tenho algumas horas livres, com insônia pela madrugada, e precisando ganhar uns extras, resolvi ser, também, um “velhinho de programa”. Idoso charmoso, com lindos olhos meio verdes (cobertos com cataratas), loiro (só dos lados),

Atlético (sou torcedor), corpo malhado (pelo Vitiligo), e sarado (das doenças que já tive), um metro e noventa (sendo mais ou menos um de altura e noventa de largura). Atendo em motéis, residências, elevadores panorâmicos, etc. Só não atendo em “drive-in” por causa das dores na coluna. Alegro festa de Bodas de Ouro, convenções e excursões da Terceira Idade. Meço pressão, aplico injeções e troco fraldas geriátricas, tudo com o maior charme.

Atendo no atacado e no varejo. Traga suas amigas. Maiores de sessenta e cinco, por força de lei, não pagam, mas só terão direito à horário recomendável para a saúde. Serão concedidos descontos para grupos:

quanto mais nova, maior o desconto.

Por questões de vaidade, não serão permitidas filmagens, pois, no momento, estou precisando operar uma hérnia inguinal, meio anti-estética. Na cama, dou sempre 3 opções sexuais para a parceira: mole, dobrado ou enroladinho. Como fetiche, posso usar touca de lã, pantufas e cachecóis coloridos. Outra vantagem: Já tenho Parkinson, o que ajuda muito nas preliminares.

Total discrição, pois o Alzheimer me faz esquecer tudo que fiz na noite anterior.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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