EM SÉRIE da Netflix Rodrigo Santoro e Reynaldo Gianecchini beijam-se na boca. Em ficção o implausível na vida torna-se aceitável pelo talento do artista. Mas não custa pensar no público, essa criança que se identifica com o ator. Por exemplo, Bruce Willis, Steven Seagal e Arnold Schwarzenegger nunca beijaram marmanjos nem na fronte, tipo filhos e pais. Neste caso a gente aceita Gianecchini, que além de já ter se declarado bissexual só teve uma mulher na vida, ainda que sensual e bonita, a Marília Gabriela, mas com idade para ser mãe dele e com vozeirão de testosterona, tipo cantora baiana. Rodrigo Santoro, porém, não passa. Embora ator de virilidade meiga, ele é casado com uma das atrizes mais bonitas do Brasil e namorou, entre outras, a Luana Piovani – o que chega a ser atestado de virilidade.
Aqui no Insulto somos dos antigos, fãs de John Wayne, o machão que rebolava, de Kirk Douglas, que usava saltinho nas botas e Rory Calhoun. outro grande farvesteiro, adorável canastrão que gingava e só tinha um recurso dramático, o de mexer a sobrancelha esquerda. Para fazer papel gay, não basta o talento do ator. Ele também precisa ter sotaque gay. Gianecchini está na dele no papel – pelo menos na outra metade; Santoro, casado com atriz talentosa, depois de beijar o parceiro deve ter passado temporada no quarto das crianças, a mulher em dúvida existêncio-conjugal. Por essas e muitas outras o You Tube com filmes dos anos 1940/50 é o único streaming que o Insulto assiste e recomenda. Na foto, os dois na série Bom dia, Verônica. Quem faz a Verônica, só vendo o filme. Bem pode ser o Rodrigo.