Viu, não vil, viu?

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

Gleisi Hoffmann teria afirmado que a procuradora geral Raquel Dodge deturpou depoimentos de “forma vil” na denúncia de corrupção. Registro equivocado da imprensa. A procuradora pode ter deturpado depoimentos contra a senadora porta-voz, é o estilo do MP. Mas de “forma vil”?

A senadora denunciada não falou, nem falaria, “de forma vil”. Gleisi Lula não usa a palavra ‘vil’. Não porque não conheça vileza. Ela só não conhece a palavra, embora fale o tempo todo da vileza alheia. Porém com palavras simples, nos limites estreitos e estritos de seu limitado patrimônio verbal.

A porta lula hoffmann voz da silva conhece outra palavra, parecida, de som igual e grafia diferente, que a gramática chama de homófona. Chega de lero. Gleisi disse: “a procuradora deturpou os depoimentos de forma, viu?”. Entre o ‘vil’ e o ‘viu’ existe a perigosa forma dos autos. Viu?

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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