Aqui, a tentação é inescapável. O objeto de análise é a cidade. O viés é otimista. Dez motivos para gostar de viver em Curitiba:
Dez – Para quem quer ir ao campo, basta percorrer vinte quilômetros em qualquer direção;
Nove – Há sempre um outro mundo, mais sossegado, ao se dobrar a esquina e sair da avenida infernal;
Oito – Os vizinhos não existem, mesmo quando estamos no mesmo elevador;
Sete – Passar pela rua Fernando Amaro, no Alto da XV, tranquila, arborizada como um túnel verde e repleta de velhos ipês amarelos;
Seis – Tomar caldo de cana na aveninda Nossa Senhora da Luz, com o pôr do sol atrás do skyline da cidade vista da Praça das Nações. Do outro lado, o tênue azul nos contornos da Serra do Mar;
Cinco – Caminhar pelo calçadão da XV para almoçar um PF ou sanduíche no Bar Triângulo;
Quatro – No foyer do Teatro Guaíra, encostar o nariz no painel envidraçado com imensas chapas quadradas de vidro e observar a Universidade Federal do Paraná do outro lado da praça, antes de apreciar qualquer espetáculo neste formidável teatro.
Três – Os armazéns e botecos do tempo do onça que encontramos onde menos se espera;
Dois – Usar o Ligeirão Azul em horário vazio e deixar o carro na garagem. Sem trânsito ou procura de vaga enervantes, sem o medo das ‘periquitas do estar’, sem pagar estacionamento exorbitante – e ainda chegar mais cedo no destino;
Um – Aqui, ter inteligência mediana é ascender ao trono dos reis;