Minha cueca amarela sumiu. Acho que um dos encostos gostou e levou. Um dia pensei nisso por uns trinta segundos. Mais seria dar poder à coisa. Ele deve estar desfilando por aí, querendo encostar em outro, porque sabe que aqui não, violão.
Sou sambado na vida e durante o tempo em que achei que era povoado por este tipo – que é de gente viva e crava os olhos na nossa nuca, aprendi que, se você deixar, ah!, vai para o buraco enquanto eles fazem festa. Não vesti uma camisa listrada, mas tomei muita parati e quase comi farinha misturada com pó de vidro e sal de fruta para ver se me livrava.
O peso só aumentou. Mas isso começou a mudar no dia que ouvi junco verde dizer que flutuaria sobre os espinhos. Foi o que aconteceu! Mas não fiquei esperando, fiz o que tinha de fazer. A cueca nunca apareceu. Ouço gente falar dos próprios encostos e conto mais ou menos essa história, mesmo porque, acho, a gente é o principal encosto da gente mesmo – e claro que tem muito espírito de porco querendo se encostar. Por quê? Ora, a vidinha que levam é uma merda e não podem ver quem tem luz própria.