Durante quase 2 anos, o ex-ministro escreveu sua versão pessoal dos últimos 40 anos, passando pela trajetória de líder estudantil em São Paulo, a prisão durante a ditadura, o exílio em Cuba, o período em que passou anônimo em Cruzeiro do Oeste, aqui no Paraná, e o retorno à política como o maior quadro do PT. E entra no declínio da sigla, pelas denúncias do Mensalão e da Lava Jato e chega até à prisão de Lula.
Condenado a mais de 30 anos de prisão por corrupção no Mensalão , quando era o todo poderoso ministro chefe da Casa Civil, nome sempre lembrado como candidato a presidente, e por desvios de dinheiro da Petrobrás, Zé Dirceu conta histórias extraordinárias. Tanto do ponto de vista pessoal, no que refere aos grandes amigos, vivos e mortos, e na relação com (muitas) mulheres, como do político, sobressai no livro um homem que cabe totalmente naquele velho chavão de “sua história daria um filme”.
Mas no relato de Zé Dirceu o que se sobrepõe é a formação do PT, o primeiro partido de base do País, o esforço no longo caminho para a Presidência, os erros, as falhas, a superação e a tomada do poder. E leva a uma questão ainda mais intrincada de como um partido forjado num projeto popular, acaba com todas as suas principais lideranças acusadas de corrupção e presas.
Zé Dirceu não explica tudo, nem deve ter sido esta a intenção do primeiro volume, que lança em Curitiba. Mas apresenta pistas que deverão compor o segundo volume ou outros que virão. O lançamento será no próximo dia 10 dezembro, às 19 horas no Sintracom, rua Trajano Reis, 538.