Leiautaria São Jorge

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Preta pretinha

Sinuca de bico essa da nomeação do próximo ministro do STF. Ou vai Flávio Dino, o ministro da Justiça, em campanha desabrida ao cargo, que lá fará comícios e arrasará com ironias os colegas, ou um os assessores jurídicos de Lula no Planalto – o terrivelmente petista para se contrapor, em minoria, aos dois terrivelmente bolsonaristas que votam na contramão do senso comum e da ortodoxia jurídica. É que Lula, ao quitar a promissória nomeando Cristiano Zanin, seu advogado na Lava Jato, ficou sem cartas para jogar no tribunal. Fossem apenas os candidatos de dentro do governo seria fácil acomodar, sempre se pode criar mais um ministério para o preterido.

Mas Lula tem o complicador da jurista negra, que não tem sequer a benção de Janja. A jurista negra é exigência cada vez mais insistente do lobby feminista. Forte e legítima, não só pelo que as mulheres representam socialmente, como pela massa crítica que trazem da exclusão histórica, com mais forte razão no caso dos negros. Uma coisa que seria pobre não tivesse o claro estigma: sai a loira Rosa Weber e não vem para seu lugar outra mulher para disfarçar a escandalosa minoria feminina. Nem mesmo a jurista negra, daí a explicitude da cor no movimento feminista. Como Lula vai resolver? Pelos antecedentes, gerais e particulares, da pior maneira.

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Sônia Braga

Ensaio em Sevilha, 1980| © Antonio Guerreiro

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Castrem esses marmanjos

Atitude estaria em acordo com o raciocínio do prefeito de Barra do Piraí (RJ)

Todo mundo viu. Dezenas de homens balançando seus pintos enquanto davam a volta olímpica na quadra do Centro Universitário São Camilo e outra dezena na arquibancada, no que foi descrito como masturbação coletiva, enquanto dois times femininos se enfrentavam. Só pude pensar, “castrem esses marmanjos”.

Pareceu-me uma resposta à altura do comentário do prefeito de Barra do Piraí (RJ), Mário Esteves, sobre a falta de creches na cidade. Para ele, a solução para os problemas de planejamento familiar e de gravidez na adolescência é “castrar as meninas”. Pelo raciocínio, só nos resta fazer o mesmo com os homens para resolver a epidemia de estupro no nosso país, onde um caso é registrado a cada 7 minutos.

Assim como o Solidariedade, que expulsou o prefeito do partido, a Unisa (Universidade Santo Amaro) informou que começou a desligar os alunos identificados nas filmagens que viralizaram nesta segunda (18), apesar de os atos, classificados como importunação sexual, terem ocorrido em abril. Medidas corretivas e indignação nas redes podem saciar a sede coletiva de justiça, mas não resolvem a questão essencial que rege a mentalidade do nosso povo, o machismo.

Ainda impera entre nós o velho ditado “segurem suas cabras que meu bode está solto”. Mulheres são responsabilizadas por tudo: concepção, gestação, criação e muitas vezes pelos estupros que sofrem. Enquanto isso, os homens desfilam seus pintos sem nenhum constrangimento.

É positivo que o governo federal tenha se manifestado, após anos de descaso em temas assim, mas é muito pouco. É preciso retomar com eficiência programas de educação sexual e implementar outros sobre igualdade de gênero. Não adianta falar da importância da camisinha e não orientar sobre equidade entre homens e mulheres.

Século 21 e ainda criamos adultos mal-informados, preconceituosos e misóginos. Isso o uso de camisinha não resolve.

Publicado em Tati Bernardi - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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Há sangue frio (4)


Acidente em jantares: três mortos e quatro feridos, saldo dos reflexos do braille. Ser mãe é o pai descer ao paraíso. O apanhador no campo de centeio e outras poeazias poéticas, entre poemas sujos e cantatas castas, bulas fazem bulosas fantásticas entre libros de manueles y retratos de artistas quando jovens. Mas não se mata cavalo, madame bovary? Cravo coluna dois e sete dias desmaio.

Um sonho americano atinge-lhe a testa, é o despertar do monstro, o renascer do capitão amérika. O tio do canalha mora na esquina, sem anos de soletrão. Na cadeira, o velho e o mar de parkinson. Tadelépidos e antisacrifócidos, trocafilhos de uma putza, xexênicos de uma merdosa enfileirando venezuelanos empipados mastofintosamente carabélicos. Quem há de paralelepipeidar? Moças bonitas são as mocinhas da cidade.

Hipócrita não peida. Murcha, desmancha na sala.

A máquina de lavar pororocou no meio da redícula transilvânica. Rebolética e cincinatefélica, cataputa! Jamesbonditosa água torneiral, os livros que aqui livreiam bóiam supimpas, haja estante para esse maestro. Poluicéia desvairada, zorba, a cueca do grego amarela no varal. Ira, não sabes de onde vens? Numa meia-noite, quando eu lia, lento e triste, vagos, curiosos tomos de ciências astrais encontrei tartufo entre o diabo e o bom deus, vassalo de cinco asas. Ele se chama um lices e está até o gogol de dublin. Vai sair quando a neblina baixar o pau na irlanda e macunaíma sair da toca com os olhos do cão azul. O cadáver parece respirar, só parece. Um atrabalho no trapalho, transmimento de pensação, sandela de mortanduíche, leminsquisitices orwellianas. Joicíades de lennon são sandices urbanas, a máquina de escrever respira fundo e insinua enormes parágrafos desvirgulados. Isso assusta insepultos e toda a sua trupe! Necas de pitibiriba! Trancetê! Cada magalho no seu caco: as bananas despencam é o verão, a curutié fugiu da gaiola, o lábaro que ostentas estrelado implodiu.

Um nicho recheado de ninfomaníacas ensaia canto gregoriano na sala dos fundos, timbórdice de mileto ocupa a maior parte do livro caixa de fósforos de helio leites. Ulisses cambaleia entre parágrafos incompreendidos, sobre adjetivos perdidos nas areias escaldantes.

 

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Elas

Regan Budimir. © Zishy

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A crise viaja

No governo Sarney, quando o presidente se ausentava do país, o senador FHC costumava dizer “a crise viajou”. Mudou o presidente, até o avião é outro. A crise ainda viaja; cada vez mais.

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Haiku

Poetry Ancient & Modern – An anthology compiled by Jackie Hardy. MQP – Published by MO Publications Ltd., 12 The Ivories, 6-8 Northampton Street, London, N1, 2HY.

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Édouard Louis relembra infância e adolescência ao lado da mãe

‘Lutas e Metamorfoses de uma Mulher’ traz honestidade transparente, sem firulas

Antes da existência dos celulares e antes mesmo do nascimento do filho, a mãe do autor francês Édouard Louis (a quem interessar, atualmente meu escritor favorito), então com 20 anos de idade, enquadrou seu rosto segurando uma máquina fotográfica ao contrário e fez o que hoje chamamos de selfie.

Na foto, ela aparece com a cabeça inclinada, sorrindo, “como se quisesse seduzir”. E tudo, segundo o autor, evoca liberdade e “uma infinidade de possibilidades à sua frente”.

Fascinado pela imagem, que retrata um tempo em que a mãe devia ter sido “forçosamente jovem e cheia de sonhos”, Louis contrasta, em um pungente e corajoso relato, o que aconteceu com a vida dela a partir de então. Poucos anos depois, estaria cheia de filhos, sem nenhum diploma e casada com um marido que ela detestava. Sem emprego, carteira de motorista ou amigos, o único sonho que aparentemente lhe restava, segundo o autor, “era voltar para trás”.

Olhar para o próprio passado, lembrando cenas terríveis e ternas da infância e da adolescência ao lado dessa mãe, é outro exercício proposto por Louis —ainda que o escritor saiba dos furos da sua investigação, castrada já de saída, e se pergunte: “Será que sou capaz de entender a vida dela se essa vida foi especificamente marcada por uma condição de mulher?”.

Como é de costume em todas as obras do autor, também neste “Lutas e Metamorfoses de uma Mulher” Louis situa o leitor na condição social de seu tempo e entorno (“ao contrário do que se possa imaginar, quanto maior a proximidade física, como no interior, mais rígidas são as fronteiras de classe”) e rememora anos de autoembate contra seus “trejeitos de menina” e toda a violência que sofreu advinda de tantos que o condenavam e o chamavam de anormal.

Édouard não queria que a mãe soubesse que, desde muito novo, ele já “conhecia o gosto da melancolia e do desespero” e diz que as primeiras páginas do livro poderiam se chamar “luta de um filho para não se tornar filho”. Conta ter se sentido vitorioso ao ouvir da mãe que a principal lembrança que ela tinha da infância do filho era a de um garoto que sorria o tempo todo.

Levando uma vida paupérrima com seus pais e irmãos, o autor relata quando pôde ter, graças ao empenho obsessivo da mãe e à ajuda de uma assistente social, férias nas montanhas. Antes de viajarem, a mãe soprou no ouvido do filho: “Enfim vou ser feliz”.

Mas Édouard não suportava as raríssimas vezes em que via a mãe assim, ouvindo música, assoviando, sorrindo e sendo feliz: “Era tão comum vê-la infeliz em casa, a felicidade em seu rosto me parecia um escândalo, uma enganação, uma mentira que era preciso desmascarar o mais rápido possível”.

A mãe falava sem parar, contando “histórias de famílias e vizinhos” a fim de preencher o tédio e “suportar o peso da sua existência”. Louis se lembra de reclamar bastante desse falatório, cortando-a sempre que podia, muitas vezes sem nem sequer ouvi-la. Hoje, justamente para lidar com esses anos em que a mãe sofreu tanto, é o autor quem precisa contar suas histórias.

Assim como Annie Ernaux em seu aclamado “O Lugar”, Louis sentiu a solidão e o não pertencimento logo que começou sua trajetória acadêmica: “aprendia novas palavras no liceu e essas palavras se tornavam o símbolo da minha nova vida” e, ainda, “a distância social tinha contaminado de tal modo nossa relação que você só me via como instrumento de uma agressão de classe, e essa situação quase me matou”.

Ele, embora tenha também se percebido em certa medida cruel e vingativo, “queria usar minha nova vida como uma vingança contra a minha infância”. Continue lendo

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Toots Hibbert

© Island Records

Toots In Memphis. Toots Hibbert é anterior à explosão do reggae, antes mesmo de Bob Marley. Essencialmente um cantor de blues, Toots foi o criador da expressão “reggae”, quando gravou em um EP a canção “Do The Reggae”. Criança, frequentava a igreja, onde fazia parte do coral.

Este CD da Mango (Island Records) produzido por Jim Dickinson, de 1988, inclui grande sucessos de Toots, aqui sem The Maytals. 1-I’ve got dreams to remember; 2-Knock on wood; 3-Love and happiness; 4-Love atack; 5-Hard to handle; 6-Love the rain; 7-It’s a shame; 8-Precious, precious; 9-Freedom Train e 10- See it my way. Toots Hibbert, vocals; Sly Dunbar, drums; Robbie Shaespeare, bass; Mikey Chung, guitar & Kaway eletric piano; Teenie Hodges, guitar; Eddie Hinton, guitar; Larry McDonald, percussion, Jim Dickinson, hammond m100 & roland d50; Andrew Love, alto & tenor saxophone solos; Joe Mulherin, trumpet; Jim Spake; saxophone; Gary Topper, baritone saxophone; William Brown, background vocals; Zabú, background vocals; Debra Hall, background vocals.

Dedicated to the memory of Joel Webber and the future of Mabon Hudges III and Hopeton Hibbert.

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Bom dia, do Plural Curitiba

Hoje, terça, 19 de setembro. Aniversário de Paulo Freire, que já foi visto como perigoso comunista, mas que hoje sabemos ser autor da frase: “Tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas”.

Chega de Traiano?

Um dos mistérios da humanidade é saber como esse oceano de carisma chamado Ademare Traiano conseguiu se eleger cinco vezes consecutivas para a presidência da Assembleia Legislativa do Paraná. E ainda pode vir a sexta por aí.

O Supremo decidiu que as reeleições nas Assembleias são ilegais, mas agora tem uma discussão para saber se isso já vale para a próxima disputa ou se só na seguinte. Numa dessas Traiano consegue emplacar 12 anos seguidos no cargo.

Até agora, Xandão e Cármen Lúcia deram votos que proibiriam a permanência de Traiano. Mas só se forma maioria com seis ministros, então não tem nada decidido.

Curiosidade: se Traiano não puder, o novo presidente quase com certeza será Alexandre Curi, herdeiro de outro multipresidente, Aníbal Khoury.

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São Luiz do Purunã

O cartunista que vos digita, Tiago Recchia, Casto José Pereira, Francisco Camargo (Pancho) e Cristovão Tezza, em São Luiz do Purunã.  © Lina Faria

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© Jan Saudek

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Mural da História

Morte do generalíssimo Franco. Desenho de Jayme Leão, contracapa do jornal Scaps, outubro de 1975 — Curitiba.

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Tempo

Marcel Duchamp e Man Ray|Paris|1968. © Henri Cartier-Bresson

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