Retrato do chargista enquanto jovem

Ademir Paixão, no tempo do guaraná com rolha. © Julio Covello

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Pixiedream. © IShotMyself

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Todo dia é dia

Para Thyenne Vilela, pelo fazer mais explícito.

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Coração de Aladim

Mais um chorinho, meu amor,
do seu carinho.
Do seu cheirinho, meu amor,
mais um chorinho.
Daquela flor
que você um dia desenhou no meu caminho,
um chorinho, meu amor,
mais um chorinho.
A minha dose nunca é exagerada
quando a paixão não é falsificada.
Não ponha gelo na jogada
que faz mal pro coração.
Quero do bom e do melhor,
purinho.

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Tempo

Paulo Leminski, Marinho Gallera e Moraes Moreira, em algum lugar do passado. © Dico Kremer

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Sessão da meia-noite no Bacacheri

grindhouse

Ao cair da noite, Jungle Julia (Sydney Tamiia Poitier), a DJ mais sexy de Austin, pode enfim se divertir com as suas duas melhores amigas. As três garotas saem noite adentro, atraindo a atenção de todos os freqüentadores masculinos dos bares e boates do Texas. Mas nem toda a atenção é inocente. Cobrindo de perto seus movimentos está Stuntman Mike (Kurt Russell), um rebelde inquieto e temperamental que se esconde atrás do volante do seu carro indestrutível.

Grindhouse é um filme americano de 2007, escrito, dirigido e produzido por Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, com colaborações de Eli Roth, Rob Zombie e Edgar Wright. O projeto é uma homenagem em forma de paródia aos filmes de horror da década de 1970. Há duas histórias dentro de Grindhouse: Planet Terror, dirigido por Rodriguez, que mostra um grupo de pessoas lidando com zumbis e enfrentando militares; e Death Proof, dirigido por Tarantino, que mostra um dublê misógino usando um carro para aterrorizar suas vítimas, além de cinco trailers falsos.

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Aviso aos navegantes

individualistas-doisAjude a resolver, pelo esforço solidário, os problemas dessa classe tão desunida.

Do folheto “Echos da Parochia”, Órgao Avantajado de Disseminação da Phé e Pé na Tábua. Editor Geral: Humberto de Almeida|Secretário Geral: Hélio Leites.

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Tenho vários pontos onde encostar o susto

Tenho vários pontos de vista. Alguns deles tão altos que nem eu mesmo alcanço. Outros são rasteiros e não me dou ao trabalho de me abaixar para entender. Os que alcanço facilmente não me interessam. Estão batidos e não me dão mais prazer. Dessa maneira, o que me sobra são os pontos de vista dos outros. Alcançando ou não, mudo partes ou tudo. Entendo mal, me divido na opinião final, deixo passar coisas importantes, incorporo corpúsculos digitalizados. Pobres daqueles que escrevem livros e fazem jornais ou televisão querendo passar fora do meu quintal, rente à cerca de ilusões.

Dando voltas em volta da mente, o homem que pensa é sempre contra. Voltaire nunca se vai. Ele sugeriu que o mal maior não é a desigualdade entre as pessoas. A dependência é que é. Somos tão dependentes uns dos outros que, por isso, cultivamos uma ilusão chamada sociedade. Agora sou eu divagando. Não acuse Voltaire, que não pode se defender. Que não de-pende mais de você. Única forma de não depender de ninguém é morrer. O cultivo da sociedade como algo inerente ao ser humano é uma balela. Quem de sã consciência ficaria dentro de um escritório por oito horas, sem ver a luz do Astro-Rei? Quem deixaria as pernas lindas das mulheres vagando solitárias pelas ruas e shoppings para se enfiar dentro da cabina de um avião a jato e ficar doze horas sobrevoando o Pacífico? Nossa fragilidade como seres é absurda.

Um beija-flor não bate na porta de outro, duas da manhã, para pedir que o escute. Precisa o belo pássaro contar suas mágoas, seus desamores, suas angústias? Um cavalo não se queixa para o outro porque perdeu um páreo pela diferença de um pelo do focinho. O lambe-lambe, os elogios rasgados, a opressão, as ameaças veladas, a indiferença, as fofocas… São apenas armas da nossa fragilidade. São armas mortais que cada um usa para sobreviver como indivíduo. O ‘salvo eu, danem-se os outros’ seria o slogan ideal do ser humano.

*Rui Werneck de Capistrano não é bobo nem nada

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As namoradinhas do Prof. Thimpor

Ana. Nosso romance terminou quando ela se entregou para um vendedor das Casas Pernambucanas. Atormentada pela traição, Ana fugiu para Alagoas três meses depois. Minha paixão por Ana durou até ela tentar vender minha coleção de figurinhas carimbadas para o dono da bomboniére do cinema. Ana foi a única capaz de pagar as contas do hospital quando nossas brigas descambavam para a pancadaria e ela descia a lenha pra valer.

Beatriz. Beatriz conquistou meu coração e meu colesterol quando amarrou os cadarços do meu sapato no rabo do gato da nossa família, um felino infeliz que acabou se suicidando num sábado chuvoso, depois de passar semanas internado numa clínica veterinária da cidade. Nossos encontros, a maioria escondidos, se davam sempre na curva do rio, debaixo do pé de eucalipto, quando ambos torcíamos para que o jipe do prefeito não surgisse na estradinha lamacenta e nos desse um flagrante inevitável. Num desses encontros Beatriz disse que desconfiava do meu amor, que eu não demonstrava uma ponta sequer de paixão, mas eu fiz que não ouvi, peguei minhas roupas e fui embora, sem olhar para trás, tornando as coisas mais difíceis ainda. Assim, Beatriz passou pela minha vida, balançando o meu coreto e devorando todos os sanduíches de nossos piqueniques.

Clara. A única dificuldade do nosso namoro foi uma irmã gêmea de Clara, Abigail, com a mesma cara, a mesma persistência e a mesma pinta na coxa esquerda. Quando eu pensava que estava com Clara, estava com Abigail, e vice-versa. Durante todo o tempo eu ficava tentando descobrir com quem estava saindo e nem podia prestar atenção no filme. Acabei descobrindo que Clara era a de voz fanhosa por acaso, ao ser esmurrado violentamente pelo amante de Abigail, um alemão parrudo, com um trinta-e-oito deste tamanho. Desiludido, pedi mais um conhaque e me apaixonei por Diana.

Diana. Conheci Diana na Churrascaria do Julião, ao ser atingido por um cupim mal assado, arremessado por um bêbado atrevido. Diana foi quem segurou o bêbado, pagou a conta e me tornou um vegetariano incontido. Hoje passo ao largo quando ouço falar em bife a cavalo. Tudo o que restou do nosso romance foi uma samambaia mal cuidada que enfeita a sala de costura de titia.

Gilda. Era a única disponível na festa, estava alucinada e não sabia dançar. Mas o sábado foi magnífico e se não fosse um tango mal acabado o fim de semana teria sido perfeito.

Hortênsia. Ela se recusou a dizer seu nome durante semanas e foi nesse período que gastei todas as minhas economias em pescarias insossas e pacotes de algodão doce, sem falar nos pés-de-moleque. Uma paixão passageira, mas gratificante.

Lúcia. Apaixonou-se subitamente pelo Caubi Peixoto, arrumou as malas e viajou para Minas, levando parte da minha vida e o dinheiro do aluguel da quitinete.

Maria. Argentina, Maria Ornitorrinco sumiu quando voltei com os ingressos para o teatro. Quem souber do seu paradeiro favor avisar que a peça estava ótima.

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Grátis: 4 Aulas de Gestão Estratégica (ou Nem Tudo é Como Parece)

4 Aulas de Gestão Estratégica

1ª AULA
O coelho, acostumado a ver o corvo sentado na copa de uma árvore o dia todo, resolveu perguntar:
– “Posso sentar aí na sombra e ficar como você, sem fazer nada o dia inteiro?”
O corvo, sem dar muita bola, respondeu:
– “Você que sabe… Por mim… Faça o que quiser…”
O coelho sentou no chão, embaixo da árvore, e relaxou. De repente uma raposa apareceu e comeu o coelho.
Conclusão: Para ficar sentado sem fazer nada, você deve estar lá em cima, no topo.

2ª AULA
Na África a zebra acorda todas as manhãs sabendo que terá que correr mais do que o leão para se manter viva. Enquanto isso, todas as manhãs o leão acorda sabendo que deverá correr mais que a zebra para não morrer de fome.
Conclusão: Tanto faz se você é zebra ou leão, quando o sol nascer você terá que começar a correr.

3ª AULA
Dois funcionários e o gerente de uma empresa saíram para almoçar e na rua encontraram uma antiga lâmpada mágica. Eles esfregaram a lâmpada e de dentro dela saiu um gênio, que disse:
– “Eu só posso conceder três desejos, então pensem bem, cada um só pode pedir uma coisa!”
– “Eu primeiro, eu primeiro” – gritou um dos funcionários. E continuou: – “eu quero estar na Bahia do Sancho em Fernando de Noronha, pilotando um belo barco, sem nenhuma preocupação na vida…”
Imediatamente veio aquele “Puff!” das lendas e lá se foi ele.
O outro funcionário arregalou os olhos com rapidez e fez o seu pedido:
– “O meu sonho é ir com minha esposa para a Polinésia Francesa e passar uma temporada num bangalô com um estoque interminável de comida e bebidas”.
“Puff!” – e ele também se foi.
– “Agora é você” – disse o gênio para o gerente.
– “Aqueles dois folgados sabem que temos reunião no escritório logo depois do almoço. Traga eles de volta!”
Conclusão: Deixe sempre o Chefe falar primeiro.

4ª AULA
Um fazendeiro decidiu colher algumas frutas. Pegou um balde vazio e foi caminhando em direção ao pomar. No caminho, passando por uma lagoa, ouviu vozes femininas e percebeu que algumas mulheres tinham entrado em suas terras. Aproximou-se lentamente e viu que eram garotas muito bonitas que tiraram as roupas para tomar banho no lugar. Quando elas perceberam a presença dele, nadaram até a parte mais profunda da lagoa e gritaram:
– “Nós não vamos sair daqui enquanto você não deixar de nos espiar e for embora”.
O fazendeiro respondeu:
– “Eu não vim espiar vocês, eu vim alimentar os jacarés!”
Conclusão: A criatividade é essencial se você quiser atingir teus objetivos mais rapidamente.

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Fraga

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4-2037

Nos anos finais da década de 1950, a Companhia Telefônica incorporou o prefixo 4 nos telefones de Curitiba. Antes eles só tinham quatro dígitos. Foi assim que a linha instalada lá em casa, em 1961, tinha por número o 4-2037. Anos mais tarde, o 4 foi substituído pelos prefixos 22 e 23. O 24 significava linha recém-instalada.

Possuir telefone significava comodidade, além de constituir patrimônio, incluído na declaração anual de renda do proprietário. Nem todas as residências possuíam o apetrecho. Ainda assim, havia mais aparelhos do que linhas disponíveis, o que significava que, nas horas de pico, como nos fins da tarde, fôssemos obrigados a ficar com o telefone ao ouvido por tempo indefinido, esperando que o tom contínuo da linha disponível entrasse.

Algumas situações geravam nervosismo extremo. Lembro-me que, certa tarde, uma prima minha tinha viagem às 18h, saindo da antiga Estação Rodoviária, hoje Terminal Guadalupe. Era preciso chamar um táxi, mas a linha não entrava. Eu já estava disposto a ir correndo até o ponto de táxi em frente ao Cine Marajó, quando a bendita linha apareceu, com o tempo no limite. Ela não deixou de amaldiçoar o primo que deveria ter sido prudente, ficando com o aparelho no ouvido desde uma hora antes.

O efeito colateral do telefone eram os vizinhos telefonistas. Tínhamos alguns, digamos, clientes. Pessoas amigas que usavam o nosso aparelho para ligar, um favor que se prestava. O problema é que esses vizinhos recebiam ligações, o que nos obrigava, a mim e aos meus irmãos, a correr para avisar o destinatário que havia telefonema para ele. Já saíamos xingando até a décima geração da pessoa procurada.

Era o tempo dos trotes, algo que a tecnologia fez acabar. Por exemplo: havia um professor de nome eslavo, terminado em “inski”, e que não era Leminski, que tinha ódio em ser confundido com um polonês, por ser ucraíno, como muitos dos próprios colonos ucranianos de identificavam. A diversão era ligar para o número do professor, encontrado na lista telefônica, e perguntar com toda a educação se ele poderia traduzir um documento escrito em polonês. O passo seguinte era ouvir uma torrente de xingamentos em português e em ucraniano – ou, pelos menos, era isso o que tom de voz representava. Restava agradecer com um “dindobre panhe’, ou seja, muito obrigado, em polonês, antes de desligar. E morria-se de rir.

Hoje somos vítimas de golpes, não mais dos inocentes trotes que marcaram a adolescência de diversas gerações. O mundo ficou menos paciente e muito mais agressivo. Sinal dos tempos.

Mas que aquilo era divertido, não há como negar.

HOJEPR

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A lei que incomoda

O Supremo Tribunal Federal voltará a julgar nesta quarta-feira (8) ação que discute a Lei das Estatais, que restringe a participação de políticos e dirigentes partidários na gestão dessas empresas. Em março do ano passado, o então ministro Ricardo Lewandowski suspendeu trechos da lei.

Naquele momento, Lewandowski liberou dirigentes partidários e políticos para ocuparem cargos de alto escalão nas empresas estatais ou de economia mista com participação da União. Os maiores beneficiados foram o presidente da Petrobras, jean Paul Prates, e do BNDES, Aloizio Mercadante.

A lei foi aprovada em 2016, no governo Michel Temer, na esteira dos escândalos da Lava Jato. Em essência, exige que um indicado para dirigir uma estatal esteja há três anos fora da política. O objetivo era afastar políticos das estatais e garantir maior profissionalização nas empresas. Porém, Lewandowski considerou as normas excessivas.

Antes de proferir a liminar, Lewandowski havia pautado o caso no plenário virtual. Mas André Mendonça pediu mais tempo para analisar o processo. Dias depois veio a decisão monocrática. Mendonça, então, devolveu o caso para julgamento colegiado digital e se posicionou contra o entendimento de Lewandowski.

Depois foi a vez de Dias Toffoli suspender a análise do caso, já no plenário físico do STF, apenas para esfriar a discussão e dar tempo para nomeações dentro dos padrões da liminar de Lewandowski. O julgamento então foi retomado com a leitura do voto contrário de Mendonça, dando passagem para Nunes Marques parar o jogo.

Mas a suspensão por Nunes Marques não impediu comentários de outros ministros. Gilmar Mendes afirmou não ver razoabilidade na Lei das Estatais, porque a proibição a políticos ocorre apenas nas empresas, excluindo ministérios e outras autarquias.

Luiz Fux lembrou da relação entre a Lei das Estatais e os reflexos do combate à corrupção. Roberto Barroso defendeu o aprofundamento das discussões, pois “colocar um técnico [em determinados cargos] pode ser um desastre”enquanto “colocar um político [em certas situações], não me parece ser a melhor solução”.

Saída pelo Supremo

O governo Lula tentou mexer na Lei das Estatais no Senado, com a promessa de Rodrigo Pacheco, mas não deu. A liminar de Lewandowski no STF foi a solução encontrada para fazer valer sua vontade e lotear as empresas públicas.

Tudo isso apesar do medo do PT em perder o controle das indicações para o Centrão e das críticas do mercado financeiro, que pune com prejuízo financeiro. O caso mais emblemático é o de Jean Paul Prates na presidência da Petrobras.

Pelas normas, o ex-senador deveria ter cumprido quarentena antes de assumir o cargo. Mas isso não aconteceu, tanto que o atual presidente da estatal já era nome certo à frente da companhia antes mesmo da posse de Lula na Presidência da República.

O Bastidormostrou o risco de Prates para a Petrobras. O empresário do ramo do petróleo reviveu o passado de corrupção da empresa ao lotea-la com amigos do sindicalismo e até direcionou dinheiro para um instituto de energias renováveis que tem seu cunhado entre os funcionários.

Prates não foi o único motivo do PT mexer na gestão responsável de empresas do Estado. Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, também foi beneficiado. Foi nomeado apesar de ter atuado diretamente na campanha presidencial petista de 2022.

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O casamento é o único jogo que acaba mal sem que ninguém ponha a culpa no juiz.

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