A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de fatiar a Operação Lava Jato deve dificultar, num primeiro momento, os acordos de delação premiada. É que, no estágio atual das investigações, os procuradores exigiam que os delatores entregassem “novos mercados” em que há corrupção, e não apenas o setor de petróleo, sobre o qual o Ministério Público já detém um vasto arquivo.
DÚVIDA 2
O STF decidiu que informações que não tenham conexão direta com a Petrobras devem ser agora investigadas por outros procuradores e fora da jurisdição do juiz Sergio Moro. E surge a dificuldade: um magistrado só pode dar ao réu os benefícios da delação premiada depois de comprovar que as informações fornecidas por ele são reais. Como elas serão investigadas fora do Paraná, surge a dúvida de como poderão ser usadas nos processos tocados por Moro.
CONEXÃO INDIRETA
O caso da Andrade Gutierrez é exemplar. A expectativa era a de que a empreiteira detalhasse esquemas de corrupção no setor elétrico, já que, depois de tantas delações, pouco teria a acrescentar no escândalo da Petrobras. A questão agora é saber se o que for falado sobre usinas, por exemplo, pode aliviar as penas por irregularidades que a empreiteira supostamente cometeu em obras da estatal do petróleo.
EM TEMPO
A Andrade Gutierrez nega que esteja estudando fazer delação premiada.