A TRADICIONAL casa de swing de Curitiba pediu na prefeitura a redução de impostos. Quer rever a base de cálculo, coisa fácil de entender: o estabelecimento tem 200 metros quadrados com capacidade para 200 pessoas, ou seja, 10 casais. O swing é a brasileiríssima suruba, o sexo coletivo entre casais, sejam hétero, homo, trans, permanentes ou montados para a eventualidade. Dizem que o participante fica eroticamente surpreso quando no carrossel ele cai na vez do cônjuge.
O primeiro mandamento do swing reza que os casais devem se misturar com outros casais, formando grupos de quatro, oito, dezesseis ou quantos parceiros couberem no(s) espaço(s). O pleito da requerente decorre de a quarentena impor isolamento social, e o tormento para quem swinga, a exclusividade sexual. O doutor César Kubiak define o swing como “caleidoscópio da suruba”: você olha e vê um enrosco, continua a olhar, o enrosco vira maçaroca sem fios expostos.
Só casal curitibano vai ao swing para transar entre si, tipo motel com pornô ao vivo. Curitibano faz swing com quem conhece desde o maternal, que frequenta o mesmo clube. E em casa; as crianças na casa dos avós. Esse curitibano é o que ignora convidados estranhos em jantares; odeia o mingle, o swing de vestido soirê, terno e gravata. Uma delícia que não exige desmancha o penteado, não amarrota nem tira o vinco. Na quarentena, até dessa suruba estamos privados.