BORIS JOHNSON, o primeiro ministro inglês, renunciou depois de ter tentado abafar escândalo sexual em seu governo: um assessor teria apalpado dois homens em clube masculino. Coisa para inglês ver: apalpar um homem pode, dois é crime; e sendo no clube é crime hediondo. País adiantado é assim, apalpou, levou. Em país atrasado como o Brasil o cara pode apalpar, encoxar, cantar, dizer indecências, que o presidente da República defende, o assessor sai de boa, seis meses de salários garantidos.
Até a primeira dama presta solidariedade ao taradão e à sua mulher – que, como toda mulher de tarado condena as mulheres que atiçaram os feromônios do bráulio. Foi-se o tempo que o Brasil só punia políticos em flagrante específico: o cara ser encontrado na cama com homem vivo ou com mulher morta. Agora, em tempos bolsonáricos, nem isso.