Apalpou, levou

BORIS JOHNSON, o primeiro ministro inglês, renunciou depois de ter tentado abafar escândalo sexual em seu governo: um assessor teria apalpado dois homens em clube masculino. Coisa para inglês ver: apalpar um homem pode, dois é crime; e sendo no clube é crime hediondo. País adiantado é assim, apalpou, levou. Em país atrasado como o Brasil o cara pode apalpar, encoxar, cantar, dizer indecências, que o presidente da República defende, o assessor sai de boa, seis meses de salários garantidos.

Até a primeira dama presta solidariedade ao taradão e à sua mulher – que, como toda mulher de tarado condena as mulheres que atiçaram os feromônios do bráulio. Foi-se o tempo que o Brasil só punia políticos em flagrante específico: o cara ser encontrado na cama com homem vivo ou com mulher morta. Agora, em tempos bolsonáricos, nem isso.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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