Monumentos

Vicente Ráo, ex-ministro da Justiça da república de 1946, professor de Direito e advogado famoso, dizia que os advogados teriam que erigir o monumento ao general desconhecido, para homenagear os ditadores e torturadores que, prendendo civis, faziam famosos os advogados que os defendiam. Alguns chegaram a ministros do STF.

Durante seu governo Bolsonaro espetou na Advocacia Geral da União dezenas de processos movidos contra ele. Sem o patrocínio da AGU, terá que passar sua defesa a advogados particulares. Agora os advogados devem pensar no monumento ao genocida conhecido, cliente que os fará famosos, e ministros do STF em outra eleição..

Na ditadura os advogados atendiam de graça as vítimas do general desconhecido, um serviço pela causa da liberdade. Agora os advogados serão pagos pelo fundo saído dos cofres do PL, dinheiro que vem do povo, para defender o genocida conhecido. Sempre a liberdade, uma causa tão generosa que também protege o facínora.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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