O governo trabalha para que o texto do novo arcabouço fiscal vá ao plenário do Senado sem passar na Comissão de Constituição e Justiça. Há um acordo de líderes para que a matéria seja analisada somente na de Assuntos Econômicos. O motivo é um só: Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que preside a CCJ.
Como mostrou o Bastidor, o Palácio do Planalto trabalhou para que o senador não fosse o relator da matéria na Casa. O favorito é Omar Aziz (PSD-AM). Agora, a batalha da liderança do governo é evitar a dependência de Alcolumbre – que, na definição de um parlamentar petista, “costuma criar dificuldades para vender facilidades”. O desejo é só contar com ele quando não tiver saída.
O histórico pesa contra o senador. Na tramitação da PEC da Transição, Alcolumbre, que não conseguiu a relatoria, garantiu a celeridade da votação na CCJ e cobrou alto. Indicou três ministros como se fossem consenso no União Brasil. Até hoje isso causa problemas ao governo.
O senador ainda briga para aliados seus ocuparem postos no segundo e terceiro escalões da administração federal. Há mais de 50 cargos que precisam ser ocupados, segundo contas que correm nos bastidores do Congresso.
A avaliação da bancada do PT é que é necessário contemplar potenciais aliados do PP, partido de Lira, do Republicanos e até do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e não atender a novos pedidos de Alcolumbre.