Lula resistiu a atender o União Brasil menos porque Celso Sabino (PA) apoiou Jair Bolsonaro e mais porque sabe que, mesmo fazendo o que quer a bancada do partido, dando o Ministério do Turismo e outras empresas, dificilmente terá a legenda votando com o governo em suas pautas mais ideológicas.
Lula já admitiu que, na Câmara, a exemplo do que ocorreu com a tentativa de mudança no Estatuto do Saneamento ou a aprovação do marco temporal, não terá sucesso numa eventual iniciativa de reestatizar a Eletrobras ou de desfazer a independência do Banco Central.
Disse o presidente a interlocutores que o União Brasil cobra caro demais para o que não vai entregar. Além do Turismo, a legenda quer a Embratur e os Correios. Ainda que amplie seus votos em alguns projetos, a bancada sempre vai lhe impor derrotas em assuntos mais caros ao governo.
Lula pretende avaliar melhor o comportamento das bancadas —e não apenas do partido de Sabino— numa futura reforma mais ampla de seu ministério.