O sobrepreço do União Brasil

Lula resistiu a atender o União Brasil menos porque Celso Sabino (PA) apoiou Jair Bolsonaro e mais porque sabe que, mesmo fazendo o que quer a bancada do partido, dando o Ministério do Turismo e outras empresas, dificilmente terá a legenda votando com o governo em suas pautas mais ideológicas.

Lula já admitiu que, na Câmara, a exemplo do que ocorreu com a tentativa de mudança no Estatuto do Saneamento ou a aprovação do marco temporal, não terá sucesso numa eventual iniciativa de reestatizar a Eletrobras ou de desfazer a independência do Banco Central.

Disse o presidente a interlocutores que o União Brasil cobra caro demais para o que não vai entregar. Além do Turismo, a legenda quer a Embratur e os Correios. Ainda que amplie seus votos em alguns projetos, a bancada sempre vai lhe impor derrotas em assuntos mais caros ao governo.

Lula pretende avaliar melhor o comportamento das bancadas —e não apenas do partido de Sabino— numa futura reforma mais ampla de seu ministério.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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