Esperava-se de Sérgio Moro uma sabatina de Cristiano Zanin tão rígida e incisiva quanto seus interrogatórios na Lava Jato, inclusive o de Lula. Qual o quê, o marreco pariu um piolho natimorto. Moro apresentou – nas suas palavras, sempre de mal com o idioma – a “pergunta técnica”: se Zanin fora padrinho de casamento de Lula.
Onde está a técnica e a pertinência constitucional da pergunta? Está nos tortuosos e insondáveis escaninhos do cérebro do senador. Primeiro, porque não há técnica na pergunta, nem impediente constitucional. Segundo, porque não há informação ou registro da circunstância, pois o casamento de Lula aconteceu sem testemunhas.
Se apadrinhar casamento fosse óbice para assumir o STF, nenhum ministro ficaria lá, a começar por Gilmar Mendes, um arroz de casamento na Brasília dos comes e bebes e do compatrio da mistureba das elites. A pistolinha de Moro estourou pela culatra e reforçou a qualificação – sem disputa e concorrentes – de Zanin para ministro do STF.