O piolho do marreco

Esperava-se de Sérgio Moro uma sabatina de Cristiano Zanin tão rígida e incisiva quanto seus interrogatórios na Lava Jato, inclusive o de Lula. Qual o quê, o marreco pariu um piolho natimorto. Moro apresentou – nas suas palavras, sempre de mal com o idioma – a “pergunta técnica”: se Zanin fora padrinho de casamento de Lula.

Onde está a técnica e a pertinência constitucional da pergunta? Está nos tortuosos e insondáveis escaninhos do cérebro do senador. Primeiro, porque não há técnica na pergunta, nem impediente constitucional. Segundo, porque não há informação ou registro da circunstância, pois o casamento de Lula aconteceu sem testemunhas.

Se apadrinhar casamento fosse óbice para assumir o STF, nenhum ministro ficaria lá, a começar por Gilmar Mendes, um arroz de casamento na Brasília dos comes e bebes e do compatrio da mistureba das elites. A pistolinha de Moro estourou pela culatra e reforçou a qualificação – sem disputa e concorrentes – de Zanin para ministro do STF.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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