Na iminência de entrar na mira da CPI do 8 de Janeiro por conta do encontro com o hacker Walder Delgatti, Valdemar Costa Neto decidiu dobrar a aposta no bolsonarismo. Orientou a bancada do PL a não abandonar a deputada Carla Zambelli.
A posição é inversa à de Jair Bolsonaro, que não quer saber da deputada, a quem responsabiliza por sua derrota eleitoral. O dono do PL, porém, teme que a cassação de Zambelli seja só o início do que ele chamou de “caça às bruxas”.
Seu temor, segundo interlocutores, é que seu partido e ele próprio sejam os próximos alvos das investigações da Polícia Federal, no inquérito que investiga ataques à democracia, e da CPI. Num cenário extremo, ele teme ficar impedido de acessar os fundos do partido.
Contra Zambelli há duas representações na Câmara pedindo a sua cassação. Ela é investigada pela Polícia Federal por seu envolvimento com Delgatti, que diz ter recebido dela 40 mil reais para invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Responde também a um processo no Supremo Tribunal Federal por ter perseguido, de arma em punho, um homem em São Paulo.