A lamb lost in the woods

Deus foi generoso, não criou nada mais belo, nenhum lugar, nem mesmo a lua, está tão próximo do paraíso. No entanto cá estou eu na escuridão desta floresta, acompanhado apenas pelos vaga-lumes e os insones, a poucos instantes de ser devorado vivo. Lá em cima, os animais – mesmo os predadores – comem favos de mel e matam a sede em riachos de leite. As estrelas cadentes riscam o céu desde o alvorecer e o canto dos pássaros é acompanhado por um coral divino. Mas não há anjos nem trombetas anunciando meu fim. Estou só, rodeado de hienas. Elas se preparam para me atacar. Riem de mim. Ninguém, nem mesmo Deus, sabe que vou morrer aqui. 

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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