A moral pública no Brasil

Perdemos o senso de moral pública no Brasil? Cada um tem a sua?  Onde foi parar o respeito às crianças, aos idosos, às famílias e ao ser humano?

Discursos públicos repletos de palavras de baixo calão (palavrões), com referências à virilidade sexual masculina na presença de milhares de crianças.  Onde foi parar o senso da moral pública, do respeito mútuo coletivo?

O conceito de moral pública é vago no direito, depende da época, dos costumes, da educação coletiva e do avanço ou retrocesso civilizatório da sociedade. O fato é que muito pouco avançamos nessa matéria, talvez estejamos em franco retrocesso.

Hoje qualquer criança de classe média tem um aparelho celular e pode acessar, sem restrições, toda espécie de pornografia, de coisas bizarras e imagens e vídeos inimagináveis.

A licenciosidade pública perdeu seus limites, tanto das autoridades públicas quanto das celebridades do mundo privado. As religiões podem ser um freio para tudo isso? Duvido.

Padrões morais públicos, independente da opção política, sempre existiram. A nova escandalização das condutas sociais rasgou os códigos morais, os protocolos e a etiqueta comportamental que se espera das autoridades ou das pessoas na vida privada.

O desrespeito às mulheres, às minorias, à família brasileira e até mesmo o escárnio quanto às vítimas da pandemia se tornaram comuns na agenda da real política brasileira.

Paradoxalmente, sustentam-se propostas de proteção aos valores cristãos, tradicionais, e de tudo quanto possa entrar na agenda do momento.

Ao lado da moral estão a ética e a educação. Ser educado tornou-se uma exceção, ter ética nas relações sociais e profissionais idem. A pouca moral coletiva que nos resta está na bacia das almas.

Disso surge a violência, do rompimento das ligações entre as pessoas e de tudo mais que transborda as regras, mínimas, do convívio social.

Precisamos repensar esse caos comportamental brasileiro e ressuscitar a velha e boa educação familiar e da escola pública, de alto padrão.

O tempora! O mores! Ó tempos, ó costumes! Exclamou Cícero em face da corrupção e a crueldade dos tempos Imperiais, onde o arbítrio e cobiça assolavam Roma.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
Esta entrada foi publicada em Claudio Henrique de Castro e marcada com a tag , , . Adicione o link permanente aos seus favoritos.
Compartilhe Facebook Twitter

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.