A questão do controle das fake news

Sobre o assunto, muito embora não seja da minha especialidade e não tenha refletido em profundidade, acho que é inevitável que ocorra um controle nas redes sociais, notadamente sobre as fake news, principalmente aquelas que atentam contra o Estado Social e Democrático de Direito.

Uma coisa é publicar ou encaminhar para terceiros, a título de brincadeira, que o Messi vai jogar no Coritiba, o Mbappé no Atlético e o Cristiano Ronaldo no Paraná. Outras, muito diferentes, pregam que houve fraude na apuração eleitoral para eleger o “Novededos” e que o “Xandão” é um corrupto a serviço do PT e do comunismo. Ou convocar as pessoas para invadir os prédios dos Três Poderes em Brasília e derrubar o presidente eleito, para que aquele, cujo nome não deve ser escrito, volte ao poder e continue exterminando os povos originários, como a imprensa vem demonstrando fartamente que foi isso que ocorreu no seu desgoverno maldito e está no seu pensamento desde os tempos em que era deputado e dizia que certa estava a cavalaria norte-americana que exterminou os índios e acabou com o problema lá nos EUA, e continuar cometendo outras séries de insanidades que marcaram a sua satânica gestão.

O grande problema, na minha modesta opinião, reside no fato de quem fará o controle? Corremos o risco de que o mesmo venha a ser de responsabilidade de algum burocrata, na pior acepção do termo, e não no conceito de Max Weber.

Para citar outra alemã porreta, Hannah Arendt, no seu livro “A banalidade do mal”, escrito enquanto cobria o julgamento do genocida nazista Adolf Eichmann, em Israel, depois de ser sequestrado pelo Mossad em Buenos Aires, onde vivia escondido e trabalhava na Volkswagen local, nos conta que ele era uma pessoa aparentemente normal, que amava a esposa e os filhos, brincava com o cachorro e era um homem cordato e gentil.

No regime em que viveu, perdeu a sua humanidade, e organizar os trens que transportavam os judeus, comunistas, ciganos e homossexuais para os campos de extermínio, era algo que ele considerava como seu dever, afinal “obedecia a ordens” dos seus superiores e era um funcionário exemplar.

O grande problema, creio, será o de controlar o controlador. O controle, evidentemente, deve ser exercido pelos Poderes Legais do Estado brasileiro, mas não isoladamente. A sociedade civil deve ser, urgentemente, convocada para participar desta tarefa difícil e árdua, mas fundamental para a democracia.

Sem a sociedade civil, o Estado não possui, na minha opinião, legitimidade para nada. A vitória eleitoral se encerra com a posse dos eleitos. Depois, bom depois, meu velho, o negócio é governar ao lado da sociedade civil e deixar a militar nos quartéis tratando dos seus assuntos, como defender as nossas fronteiras e suas outras atribuições constitucionais. Militar na rua é só para pintar de branco o meio fio das calçadas, e olhe lá!

A professora Karine Borges de Liz, que vive em Florianópolis, onde é servidora qualificada do Tribunal Regional Eleitoral local, possui publicações no Instagram preciosas sobre o tema. Tribunal Regional Eleitoral local

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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