Na semana passada, falei-lhes de Fernanda, minha neta, que, neste final de ano, enfrentará o dragão do exame vestibular, aquela máquina mortífera criada para triturar jovens e vocações. Quer ser médica e sabe que a jornada não será fácil.
Por coincidência ou não, nesta quinta-feira 22 de setembro, meu outro neto, Eduardo, recebe o diploma de engenheiro mecânico, graduado pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Foi muito estranho a escolha feita por ele. Como a maioria dos jovens, não mostrava vocação para nenhuma profissão. Como a irmã, sempre foi muito bom aluno, com notas muito acima da média geral. Mas não revelava o que pretendia ser no futuro. Para seguir a tradição familiar, poderia escolher a advocacia, o magistério ou o jornalismo. Era, até então, o que ocorria, na grande maioria, com os Guimarães, os Faria, os Manfroi e os Macedo Portugal.
Por isso, foi uma surpresa geral quando, ao fazer a inscrição para o vestibular na Federal, Eduardo optou pela engenharia. E mecânica, entre as várias opções de engenharia existentes no nível superior.
Só para constar: paralelamente, ele submeteu-se ao vestibular de medicina na Universidade Positivo e de direito na Unicuritiba. Quando já estava matriculado na UTFPR, soube que passara na Positivo e na Unicuritiba (nesta, em quinto lugar). Aí, preferiu ficar na federal e teve que driblar os telefonemas da faculdade de direito, que o convocava para a matrícula.
Ainda com um certo espanto, os pais, avós, tios, primos, irmã e amigos viram Eduardo completar com alegria e dedicação os cinco anos da graduação. Na velha sede da 7 de Setembro e na nova da Cidade Industrial. Logo, fará uma pós-graduação. Depois, só Deus sabe. Enquanto isso, investe em idiomas. Já aprendeu o inglês, aprimorado em um ano de Austrália, está aprendendo o espanhol e de olho no francês.
Passo a passo, com esperança e muitos sonhos na cabeça, Eduardo vai fazendo o seu caminho. Como bom taurino, é firme e obstinado. Na caminhada, encontrou Suenne, que, juntos, nos deram o pequeno Bernardo. Por iniciativa própria, conquistou um estágio na Renault. Hoje, é funcionário de uma terceirizada da empresa francesa, com carteira assinada e a função de analista de projetos. Mas ambiciona seguir adiante e certamente seguirá.
Eduardo e Fernanda, filhos de Carlos Eduardo (Cadu) e Melissa, e agora também Bernardo e outros que ainda virão representam a nossa continuidade (minha e de Cleonice). Mesmo depois que embarcarmos para nova dimensão, continuaremos vivendo aqui através deles.