A segunda morte de Jaime Lerner pelo parricida Rafael Greca

O talk of town é a reforma do Teatro Paiol. Alguém vendeu ao prefeito Rafael Greca que aquilo estava uma porqueira, uma construção com marcas do tempo, um paiol de munições que passou a abrigar espetáculos cênicos. O lua preta de Greca, sem referência histórica e inserção nos marcos arquitetônicos de Curitiba, soprou ao ouvido de sua excelência que paiol tem que ter cara de paiol e que prédio público tem que ser limpinho, escovado, que nem estádio do Qatar.

Resultado, pegaram a obra prima de Abrahão Assad, o Michelângelo de Jaime Lerner, e transformaram na polaquice de um um prédio circular; o que nasceu paiol de munições ficou com cara de paiol de milho, sem as polaquinhas que lá nos deliciavam. Num desvario de diarista obsessiva, das que limpam até os números do prédio, foram-se os detalhes do desgaste do tempo que valorizavam a construção. Culpa de quem? Ora, do prefeito, auto assumido urbanista, arquiteto frustrado e filho ingrato de Jaime Lerner.

Não adianta culpar o lua preta que decidiu a obra, sua reforma e a deturpação de um logradouro histórico. Porque a prefeitura só faz o que o prefeito quer, o que o prefeito gosta. Jaime Lerner morreu uma segunda vez, vítima de parricídio.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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