A fritura do governo já está acontecendo, com parlamentares apoiando a resistência de Pacheco – que tem seus próprios interesses – à interferência do Executivo no Senado via STF. No último dia 25, Cristiano Zanin, indicado por Lula ao Supremo, garantiu ao governo a suspensão da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia.
A oposição quer pautar o tema o mais rápido possível em plenário para impor mais uma derrota a Lula no Congresso. O mesmo preceito valeu na aprovação do quinquênio da magistratura, que foi estendido para outros grupos do funcionalismo público, e será usado nos debates sobre o Perse.
Com isso, os parlamentares contrários ao governo esperam que a relação se enfraqueça e consigam colher frutos no futuro. O cancelamento da reunião marcada para esta terça-feira (30), entre líderes do Senado e do Executivo, já é um começo.
A segunda meta é a discussão sobre a abertura de impeachment contra um ministro do STF não é nova, vem desde 2020, pelo menos. Só que nunca há um presidente do Senado disposto a iniciar o processo.
A meta é impossível hoje. Mas a oposição acalenta a ideia. Os ministros mais visados pelos senadores da oposição são Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luis Roberto Barroso. Há alguns anos, os dois últimos eram os alvos principais, pela falta de apoio no Congresso, o que facilitaria o ataque.
Porém, a força concedida a Moraes pela República, para enfrentar o bolsonarismo, tem incomodado cada vez mais até quem não apoia o ex-presidente e discorda do atual.
Abrir um processo de impeachment contra um presidente do STF seria visto como um ataque ao Judiciário, não a um ministro apenas. Apesar da sanha para processar alguém do Supremo, nenhum senador fala em afastamento efetivo do cargo. A vontade é apenas assustar a corte para tentar contê-la.