Abre as asas sobre nós, mas…

Alguns, entre eles pessoas quase bacanas, gente até talentosa e meio de boa vontade, sujeitos relativamente sãos em outros assuntos, expõem com despudor suas justificativas para regimes de força de diversos matizes.

Ao serem questionados, explicam, do alto de suas soberbas, fatalmente começando com a palavra “mas”:  – “lá tem saúde para todos” – “lá não há fome”- “fez a economia crescer”, – “respeitam os mais velhos” – “não há tanta corrupção” – “todo mundo estuda” – “lá a gasolina é quase de graça”. Isso tudo e mais os inúmeros etecéteras que vocês possam imaginar.

Mas (olhe mais um “mas” aí, gente!), gosto de pensar na liberdade como um princípio absoluto, sem mas. Liberdade, uma herança de Deus, ou, para os agnósticos, uma lei da natureza. A falta de liberdade é pior, bem pior, mas muito pior mesmo que qualquer desgraceira humana do passado, do presente ou ainda a inventar.

Por isso, ultimamente, ando inclinado a dispensar aqueles que acreditam saber resolver meus problemas melhor do que eu. A humanidade lutando há milênios por mais liberdade para o povo e menos poder na mão do Estado, mas, por incrível que pareça, tem quem lute para continuar preso.

Mas, como sou tolerante, sugiro, que seja opcional. Quem quiser que se apresente em uma repartição, assine papéis, abdique de seus direitos e deixe que o governo “cuide” da sua vida. Mas, porém, entretanto… do jeito que tem cuidado até hoje.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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